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Wanessa fala de reencontro com Dado e autoestima: ‘Me coloquei numa gaiola e a vida me pedia mais’

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A Chapada dos Veadeiros é um lugar que, desde que eu conheci, me apaixonei. Acho que é minha sexta vez aqui, sei lá. Quem chega na Chapada e sente o chamado, essa coisa do filho, da filha da Terra, sabe? Eu me vi muito assim. Essa história de pandemia me fez refletir o quanto eu era uma pessoa corajosa e percebi que eu passei a ter medo de tudo o tempo todo. E quando eu vim pra Chapada a primeira vez, tive uma conexão muito forte com quem eu era no passado, aquela que se jogava, que dava a cara pra bater".

“Livre”, último trabalho musical de Wanessa Camargo, não poderia ser mais literal. Afinal é assim que ela se sente desde que rompeu com um status quo bem definido: a bela esposa, mãe exemplar, dublê de dona de casa, cantora famosa nas horas vagas… Ao se sentir sufocada dentro de si mesma, soltou um grito abafado pelas convenções nas quais não acreditava, mas obedecia. Soltou os cabelos, enfiou os pés na terra, mergulhou nas profundezas de uma alma muitaz vezes perturbada pelo medo e ao retornar a superfície reencontrou o amor. Por Dado Dolabella, sua segunda maior paixão, e por ela mesma, a primeira: “Me coloquei numa gaiola, onde não ia me machucar, estava tudo ali… Só que, ao mesmo tempo, sabia que a vida me pedia mais”.

Reconexão

“A Chapada dos Veadeiros é um lugar que, desde que eu conheci, me apaixonei. Acho que é minha sexta vez aqui, sei lá. Quem chega na Chapada e sente o chamado, essa coisa do filho, da filha da Terra, sabe? Eu me vi muito assim. Essa história de pandemia me fez refletir o quanto eu era uma pessoa corajosa e percebi que eu passei a ter medo de tudo o tempo todo. E quando eu vim pra Chapada a primeira vez, tive uma conexão muito forte com quem eu era no passado, aquela que se jogava, que dava a cara pra bater. Eu vou dar um exemplo que parece bobo. Sempre fui louca por cachoeira e num dia, num intervalo de gravação do reality com meu pai, fui dar um mergulho em Divinópolis (MG) onde a gente estava. Entrei, só coloquei a perna e começou a me dar um pânico, pensei num monte de coisa, que ia me dar hipotermia, sei lá. Na Chapada, eu fiz uma trilha sozinha, e só pensava, ‘meu Deus, e se eu cair, bater com a cabeça, quem vai me resgatar?’. Cheia de paranoia. Encontrei um casal e fui conversando até chegar numa cachoeira e consegui entrar, aquela água gelada, depois sentei na pedra, fiquei no sol. Ali comecei a me resgatar”.

Quebrando a casca

“Eu sentia que estava toda colada dentro de mim. Essa viagem foi uma chacoalhada. A primeira de muitas. Antes desse novo trabalho, que é bem autobiográfico, eu já tinha começado esse caminho com um projeto anterior chamado ‘Universo invertido’. Foi um trabalho para que eu me ouvisse. Precisava me amar, me resgatar. Eu me sentia muito covarde na vida, sabe? Muito aquém do que eu poderia entregar. Estava ali, naquela zona de conforto. Me coloquei numa gaiola. Onde não ia me machucar, estava tudo ali… Só que ao mesmo tempo sabia que a vida me pedia mais. Mas eu olhava e pensava: ‘Tá, é isso. Vão ter algumas emoçõezinhas aqui e é isso’. Mas eu sentia que faltava algo. Sabe, a experiência de vida, sentia falta de paixão, de coisas novas, de me jogar, de arriscar e conhecer coisas, o mundo todo e trabalhar em algo que nem imagino, e eu me sentia longe desse caminho de alguma forma”.

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O despertar

“Não acho que foram os 40 anos que me deram esse start. No meu caso foi um processo lento, devagar, difícil. Porque sou mãe, poxa. E quando se é mãe sabe que suas escolhas vão impactar a vida de outras pessoas. E tinha uma outra pessoa ali, por quem eu tinha carinho, respeito. Então eu tinha muito receio de optar pela minha vida, pela minha felicidade e, de alguma forma, ferir as pessoas que eram mais importantes pra mim”.

O salto

“O que é mais louco, é que todos os meus medos, aqueles que me impediam de dar o salto, sabe, eles sumiram. Nesse reencontro comigo, que doeu muito, que foi muito forte, eu resgatei minha fé em mim e no universo. Foi tão poderosa essa sensação, que eu comecei a sentir de novo, de estar de volta pra mim que eu pensei: por que eu não fiz isso antes?”

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