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Para expandir, empreendedoras brasileiras miram mercado europeu

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Foi em um stand em uma feira de pequenos produtores de moda e design no Rio, que a então estudante de moda Katia Barros, ao lado do amigo Marcello Bastos, começou o que se tornou hoje uma empresa global de moda. A Farm, que já havia expandido sua operação para os Estados Unidos em 2019, neste ano investiu na presença em Paris e, pela primeira vez, abriu uma pop up store em Londres, dentro da loja de departamentos Liberty. “É a minha loja de departamentos preferida no mundo e fizemos uma pop up lá dentro a convite deles”, diz a fundadora, que comanda seu império tropical a partir de sua casa no Jardim Botânico.

Com a expansão, o faturamento da Farm deve chegar a R$ 1,7 bilhão neste ano, sendo R$ 500 milhões vindos da operação internacional. “Nova York é onde mais crescemos, com três lojas, e-commerce e presença em lojas de departamento”, diz Kátia Barros. “O próximo passo, naturalmente, seria a Europa.”

Montar uma operação internacional não consistiu apenas em exportar as roupas produzidas aqui, mas criar uma nova linha de produtos feitas fora do Brasil e uma equipe formada aqui, mas baseada nos Estados Unidos. “No início, tentamos contratar uma equipe americana, mas a cultura é muito diferente. Os brasileiros são mais flexíveis e já entendem a cultura.”

O produto também foi repensado. “No Brasil, a Farm está numa faixa de preço e de qualidade que, se fizéssemos igual lá fora, iríamos concorrer com as fast fashion”, diz Barros. A saída, então, foi criar um produto mais elaborado, com tecidos de melhor qualidade e mirar em um público que está disposto a gastar mais. Enquanto no Brasil a consumidora da Farm está principalmente entre o público mais jovem, no exterior a marca vende para mulheres entre 35 e 55 anos. O apelo, no entanto, é o mesmo. Muitas estampas de natureza, cores fortes e um jeito de vestir bem carioca. “Depois de dois anos de pandemia, as pessoas querem algo leve e colorido. A moda dopamina nos ajudou a passar por esse período.”

Como Barros, outras empreendedoras brasileiras estão levando suas ideias bem-sucedidas no mercado local para ganhar espaço nos Estados Unidos e Europa como uma maneira de fazer negócios cresceram e ganharem relevância. A marca de calcinhas absorventes Pantys abriu uma loja em Paris e duas na Holanda, além de ter pontos de venda na Inglaterra, Irlanda e Suíça. O perfil de cliente é muito mais preocupado com a sustentabilidade e o impacto social. Isso é mandatório na Europa”, diz Maria Eduarda Camargo, cofundadora da Pantys ao lado de Emily Ewell, CEO da empresa. “As pessoas querem saber se foi fabricado na China, por exemplo. Então somos orgulhosas de fazer tudo no Brasil e valorizar nossa mão-de-obra.”

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Colunista: Joana Duarte 

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