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Saúde

“O estilo de vida pode influenciar no desenvolvimento e na frequência das crises de labirintite”, diz especialista

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A atriz Juliana Paes e o DJ Alok - Foto divulgação

A doença pode comprometer a audição e o equilíbrio

A médica Tanit Sanchez, otorrinolaringologista e docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), comenta que a labirintite é uma inflamação do labirinto, uma parte do ouvido interno responsável pelo equilíbrio. Ela conta que o melhor nome para definir o conjunto de problemas do labirinto é labirintopatia. A doença pode ser causada por infecções virais, bacterianas, distúrbios autoimunes, traumas na cabeça ou pescoço e até mesmo estresse e ansiedade. “Os sintomas característicos incluem vertigem (sensação de tontura e desequilíbrio), náuseas, vômitos, zumbido no ouvido, perda de audição temporária e nistagmo (movimentos involuntários dos olhos)”, aponta.

Segundo a especialista, a labirintite aparece de forma súbita, com episódios intensos de vertigem, acompanhados por náuseas, vômitos e desequilíbrio. Tanit explica que a pessoa pode ter dificuldade em manter-se em pé ou caminhar em linha reta. Ela recomenda que durante a crise é importante procurar um lugar seguro para sentar ou deitar, evitando movimentos bruscos da cabeça. “Um dos maiores erros dos profissionais é achar que todas as tonturas são iguais. Caso os sintomas persistam ou se agravem, é fundamental buscar atendimento médico não apenas para melhorar a crise, mas também para investigar a causa e preveni-las”, alerta.

A atriz Juliana Paes e o DJ Alok são duas personalidades famosas que têm labirintite e já declararam publicamente sobre o problema. A médica lembra que a labirintite pode afetar pessoas de todas as idades, inclusive adolescentes, entretanto é mais comum em adultos e idosos. Tanit reforça que com o envelhecimento, o sistema vestibular (responsável pelo equilíbrio) pode se tornar mais vulnerável. “Embora a labirintite não seja exclusiva de um gênero, estudos sugerem que as mulheres podem ser ligeiramente mais propensas a desenvolver a condição devido a fatores hormonais”, afirma.

Diferenças entre vertigem e tontura

A otorrinolaringologista esclarece que vertigem e tontura são sintomas relacionados, mas apresentam diferenças. A vertigem é uma sensação de rotação ou movimento, como se o ambiente ao redor estivesse girando, mesmo quando a pessoa está parada. Já a tontura é uma sensação de desequilíbrio, instabilidade, flutuação ou de desmaio iminente, sem necessariamente envolver a percepção de movimento.

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Tratamento

De acordo com Tanit, o tratamento varia de acordo com a causa. Geralmente, em caso de infecção é sintomático, com medicamentos para aliviar a vertigem, náuseas e vômitos. Já em casos de alterações metabólicas ou emocionais, a reeducação alimentar e o controle emocional precisam ser incluídos. “Para casos mais rebeldes, os exercícios de reabilitação vestibular, sob orientação de um otorrino, fonoaudiólogo ou fisioterapeuta especializados, podem ajudar a melhorar o equilíbrio e reduzir a intensidade dos sintomas”, salienta.

Dra. Tanit Ganz Sanchez - Foto divulgação

Dra. Tanit Ganz Sanchez – Foto divulgação

Como observa a especialista, a labirintite tem um bom prognóstico e pode ser curada com o tratamento adequado. No entanto, em alguns casos, especialmente quando a causa é uma condição crônica, o tratamento pode ser necessário em longo prazo para controlar os sintomas. Tanit ressalta que é importante seguir as recomendações médicas e adotar um estilo de vida saudável para minimizar o risco de recorrência das crises.

Estilo de vida

A otorrinolaringologista lista algumas dicas essenciais para evitar tonturas:

  • Evitar maus hábitos como cigarro, álcool e excesso de cafeína, sal e açúcar. Todos eles podem comprometer o labirinto.
  • Evitar medicações tóxicas para o ouvido. Informe-se com o seu médico. Caso o uso seja necessário, avise-o assim que algum problema auditivo aparecer.
  • Exercitar-se regularmente. A atividade física ativa a circulação cerebral e do ouvido, melhora o metabolismo da glicose, colesterol e triglicérides, aumenta as endorfinas cerebrais e melhora a autoestima. Além disso, o fortalecimento muscular ajuda o equilíbrio, reduzindo o risco de queda.
  • Fracionar a dieta, alimentando-se de 4 a 6 vezes por dia. O jejum prolongado e outros erros alimentares ocasionam tontura e/ou zumbido.
  • Hidratar-se bem com líquidos para que os rins eliminem melhor as toxinas do organismo.
  • Reserve alguns minutos do seu dia para uma pausa. Estresse piora o equilíbrio do mesmo modo que piora o estômago, o coração, a pressão.
  • Visitar seu médico regularmente para exames preventivos.
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