Câncer de colo uterino é o terceiro tipo de tumor que mais atinge mulheres no Brasil

Vírus do HPV é o principal causador da doença

A cantora de forró Samyra Show e a jornalista Natalie Nanini são personalidades famosas que enfrentaram e venceram a luta contra o câncer de colo uterino. Neste mês, a campanha “Março Lilás” promove a conscientização e o combate ao câncer do colo de útero. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o terceiro tipo mais incidente entre mulheres. O Ministério da Saúde estima que para cada ano do triênio de 2023 a 2025, cerca de 17 mil mulheres serão diagnosticadas com a doença.

Sintomas, fatores de risco e exame preventivo

De acordo com o oncologista Juliano Cé Coelho, os sintomas mais comuns são o corrimento vaginal (podendo vir com sangue), dor pélvica ou sangramento durante o ato sexual.

O especialista destaca que o principal fator de risco é a infecção pelo HPV, e a transmissão do vírus acontece através do sexo. Portanto, a multiplicidade de parceiros, relações desprotegidas e início da vida sexual precoce são pontos importantes para o desenvolvimento da doença.

O Papanicolau é um exame de rastreio fundamental. É indicado para mulheres sexualmente ativas e deve ser iniciado aos 25 anos. “São coletadas células do colo uterino da mulher e pode-se fazer tanto o diagnóstico de alterações pré-malignas (ainda não é câncer, mas se tornaria) ou mesmo de tumores malignos em um momento inicial, ainda sem sintomas”, explica.

Dr. Juliano Cé Coelho – Foto: Divulgação

A relação com o HPV

O oncologista Juliano Cé Coelho diz que a maioria dos casos de carcinoma do colo uterino, sobretudo os de subtipo epidermoide, são causados pelo papilomavírus humano (HPV). Aproximadamente, segundo o Ministério da Saúde, existem 10 milhões de pessoas infectadas pelo vírus no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que o HPV é a principal causa de câncer de colo do útero em mulheres e, a cada ano, mais de 340 mil morrem desse tumor relacionado ao vírus.

A vacinação contra o HPV é oferecida pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014. Ela é importante para reduzir o risco de câncer de colo uterino. “A vacina de crianças, adolescentes e agora, até mesmo de adultos jovens,
visa diminuir o risco de infecção pelas cepas cancerígenas do vírus do HPV.

Já existem estudos científicos mostrando que a vacinação erradicou praticamente a doença em alguns países”, comenta o médico. No entanto, a vacina está disponível na saúde pública apenas para pessoas entre 9 a 14 anos, imunossuprimidos de 9 a 45 anos, portadores do vírus HIV, transplantados e pacientes oncológicos.

Tratamento

Juliano conta que o tratamento vai depender do diagnóstico do estágio do câncer. Ele comenta que os tumores iniciais podem ser tratados com procedimentos cirúrgicos — na doença um pouco avançada, a melhor opção está na quimioterapia associada à radioterapia.

Posteriormente, a complementação é feita com braquiterapia (um tipo de radioterapia bem- localizada). Quando a doença está avançada (chamada de metastática), o oncologista ressalta que o tratamento será de forma sistêmica, com quimioterapia.