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Saúde

Crianças até dois anos são mais suscetíveis à bronquiolite; pais devem ficar atentos para prevenir a doença

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Médica diz que pico da doença respiratória ocorre entre março e agosto

Em 2021, os bebês Rayan, filho do ator Malvino Salvador, e Enrico, filho da atriz Sthefany Brito, foram diagnosticados com bronquiolite. Conforme a pneumopediatra Juliana Lima, a doença é uma infecção das vias aéreas causada por diversos vírus. No entanto, ela ressalta que o vírus sincicial respiratório (VSR) é o principal deles.

A bronquiolite é caracterizada por um resfriado que evolui para tosse, chiado no peito e desconforto respiratório, acometendo crianças menores de dois anos. A médica aponta que os sinais de gravidade são bebês menores de três meses; aumento da frequência respiratória (respiração mais rápida); desconforto respiratório mostrado por afundamento da região do pescoço na hora de respirar; aparecimento das costelas na respiração; alimentação dificultada devido à tosse ou cansaço; saturação abaixo de 90% (conforme a Academia Americana de Pediatria); cianose (lábios e extremidades arroxeadas); prostração, sinais de desidratação, como pouca diurese.

Segundo Juliana, a doença é transmitida como qualquer gripe, de pessoa para pessoa, por meio de saliva, espirros, tosse e contato de mãos contaminadas. Evitar ambientes fechados, contato com pessoas gripadas, além da higienização das mãos com álcool em gel, são algumas medidas de profilaxias. “Não mande seu filho doente para a creche, pois essa atitude generalizada evitaria a contaminação das crianças”, orienta.

Tratamento

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A pneumopediatra recomenda a intensificação da lavagem nasal com soro fisiológico, pois o nariz obstruído contribui para o cansaço da criança. A inalação com soro não está descartada e também pode ser feita.

Os antitérmicos são permitidos, já que a bronquiolite pode dar febre. A médica chama atenção para os pais observarem o padrão da respiração, principalmente a partir do terceiro dia de resfriado, quando há o pico da doença.

Outro ponto comentado pela profissional é o cuidado com a hora da alimentação. Os pais devem garantir que os pequeninos se alimentem mesmo que a quantidade seja reduzida. A criança deve estar sentada e, se necessário, pausas devem ser feitas.

Vacina

Apesar de a vacina contra a bronquiolite ter sido aprovada no fim do ano passado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), as crianças não foram beneficiadas. Somente idosos acima de 60 anos podem ser imunizados. “Não há vacina para evitar a bronquiolite, salvo a da Influenza, a partir dos seis meses, embora esse vírus não seja um grande vilão dessa doença. O vírus sincicial respiratório, o principal causador, tem uma imunização passiva que pode ser dada nos dois primeiros anos de vida para crianças elegíveis, que são prematuras, com doença crônica no pulmão ou com alguns tipos de cardiopatias. O pediatra saberá orientar se seu filho tiver indicação dela”, comenta a pneumopediatra.

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Dra. Juliana Lima - Foto divulgação

Dra. Juliana Lima – Foto divulgação

Subtipo da bronquite

Juliana explica que a bronquite é um termo generalizado que significa inflamação dos brônquios, podendo ser causado por aeroalérgenos (pó, ácaro, fungo); e ser chamada de asma alérgica; pode ser causada por refluxo gastroesofágico (nesse caso será não alérgica); pode ser causada por infecção bacteriana (chamada de bronquite protraída); pode ser provocada por vírus e ser chamada de bronquite aguda. “A bronquiolite é um subtipo de bronquite aguda, ou seja, uma doença autolimitada que se resolve e não se caracteriza como condição crônica. Quando falamos bronquite, todo mundo imagina algo que não melhora. Isso é um contexto irreal. Todos podemos ter bronquite, como temos gripe e melhorar
completamente”, conclui.

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