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Saúde

Entenda a relação entre o zumbido e a disfunção temporomandibular

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Especialista comenta que na maioria das vezes os pacientes manifestam dor

Segundo Tanit Sanchez, otorrinolaringologista e docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em alguns casos, a disfunção temporomandibular (DTM) pode causar zumbido no ouvido nos pacientes que não apresentam a lesão na via auditiva ou em associação com essa lesão da via auditiva. No entanto, ela ressalta que o zumbido é causado por alguma alteração na via auditiva, o que geralmente resulta em qualquer nível de perda de audição, no mesmo lado que o paciente percebe o zumbido.

Conforme a médica, estatísticas mostram que 30 a 40% dos pacientes com zumbido também têm sintomas de disfunção temporomandibular, como dor na região da articulação, da mastigação, bruxismo ou apertamento de dentes, limitação de abertura da boca ou hábitos parafuncionais (roer unha, mastigar tampa de caneta). A especialista aponta que essa é uma das grandes justificativas para uma associação forte entre os dois problemas.

De acordo com Tanit, as possíveis relações entre zumbido e disfunção temporomandibular ainda são controversas, entretanto, a proximidade que o ouvido e a ATM (articulação temporomandibular) têm na nossa face, ou, como acreditam alguns pesquisadores, podem ter associação com o sistema somatossensorial — aquele que carrega as informações de dor em todas as partes do nosso corpo para o cérebro.

Causas e características

A otorrinolaringologista explica que as causas para a disfunção temporomandibular estão associadas ao uso excessivo do sistema de mastigação, principalmente nas pessoas que têm a mordida errada na hora da alimentação, o hábito de apertar os dentes ou bruxismo fora dos momentos da refeição.

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Dra. Tanit Ganz Sanchez - Foto divulgação 

Dra. Tanit Ganz Sanchez – Foto divulgação  

Tanit destaca que os zumbidos relacionados à disfunção temporomandibular são unilaterais ou assimétricos se forem em ambos os ouvidos. Geralmente estão associados à dor na região do ouvido da ATM, naquele mesmo lado que o paciente apresenta zumbido, com dificuldade de abertura total da boca e alterações da mordida vistas por um dentista. “Podem vir também associados com a plenitude — sensação de ouvido tampado —, dor de cabeça, dor no pescoço”, pontua.

Tratamento

A médica diz que o tratamento do zumbido associado à disfunção temporomandibular é um dos exemplos da necessidade de parceria de equipe na abordagem do zumbido. “Esse paciente vem para o otorrinolaringologista, porém, não apresenta sintomas, problemas na via auditiva e a presença da dor faz com que o médico o encaminhe para o dentista, o profissional responsável pelo tratamento da disfunção temporomandibular”, esclarece.

Contudo, Tanit reforça que a parceria também existe no sentido contrário. Ela lembra que o dentista recebe primeiro o paciente com o zumbido e avalia toda a ATM. Se ele não encontra problema, a pessoa é encaminhada ao otorrinolaringologista — o que torna o trabalho entre os dois profissionais uma via de mão dupla nos indivíduos com disfunção temporomandibular e zumbido.

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