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Saúde

Entenda o impacto da diabetes em crianças e adolescentes

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Nick Jonas e José Loreto - Foto: Divulgação

Hábitos saudáveis previnem o tipo 2 da doença; já o tipo 1 é uma condição do organismo

Aos 13 anos, o cantor norte-americano Nick Jonas, hoje com 31, descobriu ser portador da diabetes tipo 1. Já o ator José Loreto, 39 anos, convive com a doença desde a adolescência. A diabetes é um conjunto de doenças metabólicas que se caracteriza pela glicose alta no sangue (hiperglicemia), podendo ser causada pela resistência dos tecidos periféricos à insulina, deficiência de secreção de insulina pelo pâncreas ou a combinação das duas.

Até 2035, a estimativa da Federação Internacional de Diabetes (IDF) aponta que mais de 500 milhões de pessoas terão a doença. A entidade mostra o Brasil em 3o lugar no número de crianças e adolescentes com o tipo 1 no mundo, ficando atrás da Índia e Estados Unidos.

Diabetes tipo 1

De acordo com o médico Luis Felipe Paschoali, trata-se de uma doença autoimune, ocorrendo principalmente em crianças e adolescentes. Ele explica que o corpo produz anticorpos contra as células beta do pâncreas, que são as responsáveis pela secreção de insulina, causando a sua destruição, levando com o tempo a um estado de depleção de insulina e hiperglicemia. Em muitos casos é descoberta através da forma mais grave: a cetoacidose diabética, caracterizada por glicose alta no sangue, acidose (sangue mais ácido que o normal) e a presença de corpos cetônicos no sangue e na urina. Isso resulta da degradação da gordura e são utilizados como fonte de energia pelo cérebro, além de desidratação intensa e a perda de potássio pela urina. A hiperventilação (aumento da frequência respiratória), coma (rebaixamento do nível de consciência) e hálito cetônico (cheiro de acetona no hálito) são os sintomas mais comuns. Paschoali diz que nesses casos há necessidade de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pois é uma condição potencialmente fatal, e o tratamento é baseado em hidratação venosa, reposição de potássio e utilização de insulina que deve ser feita de forma cuidadosa.

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Diabetes tipo 2

O médico comenta que é caracterizada pela resistência dos tecidos periféricos, como o tecido muscular, hepático (do fígado) e do tecido gorduroso à insulina. Contudo, em estados mais avançados, pode haver uma falência das células beta do pâncreas e até mesmo abolindo a secreção de insulina, o que contribui ainda mais para que haja um excesso no sangue. Apesar desse tipo de diabetes acometer indivíduos mais velhos, Paschoali ressalta que os maus hábitos alimentares e o sedentarismo podem facilitar o desenvolvimento de obesidade infantil, sobrepeso e desencadear casos da doença em crianças e adolescentes. “Explicamos aos pais que com a perda de peso e estímulo à atividade física, é possível reverter o quadro e tornar a criança livre de remédios, apesar de ainda precisar de acompanhamento médico e nutricional”, alerta.

Orientação aos pais

Luis Felipe conta que, ao contrário da diabetes tipo 2, o tipo 1 é uma condição irreversível, e o uso de medicamentos orais não funcionam. Ele comenta a importância de acolher a família, explicando de forma clara e humanizada que aquela criança deverá fazer uso de insulina para toda a vida.

O acompanhamento multidisciplinar com psicólogo, psiquiatra, nutricionista, nutrólogo e endocrinologista é fundamental para fornecer o melhor tratamento. Paschoali lembra que existem procedimentos modernos e menos agressivos. Alguns são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), proporcionando menos agulhadas ao dia e maior flexibilidade de horário nas aplicações do medicamento.

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Dr. Luis Paschoali - Foto: Divulgação

Dr. Luis Paschoali – Foto: Divulgação

Outro ponto essencial mencionado pelo médico é o dispositivo que se conecta ao celular ou a outro eletrônico próprio para monitorar a glicose sem precisar furar o dedo a todo momento. Há também a existência de bomba de insulina — um dispositivo implantado no paciente e que pode ser programado de forma personalizada, reduzindo muito o risco de glicose alta ou baixa no sangue. “Todo esse avanço proporcionou mais qualidade de vida ao paciente diabético e também permitiu que a sobrevida desta população aumentasse, reduzindo o risco de complicações e de mortalidade”, conclui.

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