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Saúde

Médico afirma que a dor não é o único sintoma da fibromialgia

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Especialista diz que o diagnóstico da doença é tardio e pode levar até três anos

Segundo o médico Leandro Miranda (CRM-SP 209.780), pós-graduado em Medicina da Dor pela Universidade de São Paulo (USP), a fibromialgia dói no corpo todo, é bem espalhada em várias localizações, principalmente fora da articulação, e existe associação dessa dor a outros fatores.

A doença é caracterizada por dores musculares generalizadas, fadiga, problemas de memória e concentração, alterações de humor e sono não reparador. O especialista comenta que a fibromialgia é a junção desses sintomas associados à dor, sem uma causa específica determinante.

Leandro destaca que é possível conviver com a fibromialgia. Ele diz que não adianta tratar o problema somente com medicações, mas é preciso entrar com suplementação, nutracêuticos-são substâncias modernas, com muito menos efeito colateral, que já mostram um resultado na doença. “Quando esse paciente está controlado, entramos com atividade física, psicoterapia, altera a rotina de sono. Quando a gente tem sucesso em todas essas áreas, o indivíduo convive superbem com a fibromialgia”, aponta.

Diagnóstico

O médico esclarece que o diagnóstico é clínico, baseado no relato do paciente durante a consulta, como o que pode estar associado à dor, as alterações de humor, sono e memória. Leandro pontua que se a dor está fora das articulações migratórias, é ligada ao estresse, principalmente em mulheres com mais de 40 anos, é possível diagnosticar a fibromialgia. Na maioria das vezes, conforme o especialista, a doença é diagnosticada tardiamente, pois as dores provocadas pela fibromialgia levam às pessoas a buscarem ortopedistas e reumatologistas.

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Contudo, Leandro enfatiza que existe dificuldade de muitos profissionais olharem com atenção para esse paciente. Ele explica que, geralmente, é pedido um exame, e se não indicar nada, a pessoa é encaminhada, por exemplo, à fisioterapia. Mas, se depois de um tempo essa dor não melhorar, o paciente entende que algo está errado e procura outro médico para reavaliar o diagnóstico.

Mulheres são mais vulneráveis

Dados da Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor (SBED), de 2022, mostram que 3% da população brasileira sofre com dores físicas intensas e incapacitantes da fibromialgia, além de outros sintomas. O estudo também revela que 90% dos casos diagnosticados afetam mulheres na faixa dos 25 aos 50 anos.

Dr. Leandro Miranda - Foto divulgação

Dr. Leandro Miranda – Foto divulgação

De acordo com o especialista, não se tem uma causa exata para a incidência no sexo feminino. No entanto, o médico acredita que a fibromialgia tem associação com o quadro de estresse na vida da mulher moderna. “Ela tem jornada dupla de trabalho, cuida da casa, dos filhos, está submetida ao ambiente mais estressante, que vai levá-la a sentir e a expressar. Muitas vezes, ela não trata rápido a dor”, pontua. Além disso, quanto mais tempo se cronifica, existe maior sensibilização central, ou seja, o cérebro se acostuma com essa dor.

Tratamento

Leandro ressalta que são múltiplas formas de tratamento para a fibromialgia. O médico reforça que o paciente precisa ter um acompanhamento contínuo, com um profissional que olha todas as doses dos remédios, os efeitos colaterais, qual o horário da medicação, o motivo de não o tomar ou se vai trocar os remédios. Somando-se a isso, é fundamental uma boa equipe de fisioterapia, psicólogo, tecnologias pontuais, como máquinas modernas para tratar pontos específicos de dor. Para o especialista, quando o paciente faz adesão dessas formas de cuidados citadas acima, existe a possibilidade de êxito no tratamento.

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