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Saúde

Tireoide: glândula fundamental para o bom funcionamento do organismo e com diversas funções metabólicas para o corpo

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O hipotireoidismo pode levar a mudanças de humor, incluindo sintomas depressivos, além de afetar a memória e a concentração devido à redução do metabolismo corporal.

Estimativa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que cerca de 750 milhões de pessoas no mundo sofrem com alguma patologia na tireoide. No entanto, 60% desses indivíduos não sabem que têm a doença. Segundo a endocrinologista Amanda Ximenes, o diagnóstico de hipotireoidismo é baseado na história clínica e nos exames laboratoriais, já que o TSH (hormônio tireoestimulante) é geralmente o primeiro indicador com alteração no início da doença. “Um TSH elevado pode mostrar que a tireoide não está produzindo hormônios suficientes, mesmo que os níveis de hormônios tireoidianos, como T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), ainda estejam dentro da faixa normal, uma condição conhecida como hipotireoidismo subclínico. Nesse estágio, o paciente pode ou não apresentar sintomas. É importante avaliar tanto os sintomas clínicos quanto os resultados laboratoriais para um diagnóstico adequado. Mesmo na ausência de sintomas, alterações no TSH podem requerer monitoramento ou intervenção”, explica.

Nutrientes, vitaminas e suplementação

A endocrinologista diz que o iodo é fundamental para a síntese de T4 e T3. A adição de iodo ao sal de cozinha foi uma estratégia eficaz para a suplementação segura de iodo e garantir ingestão suficiente para os indivíduos, além de ser encontrado em algas, peixes e frutos do mar. Ela lembra que a suplementação adicional de iodo pode ser recomendada para mulheres grávidas ou lactantes, mas deve ser avaliada criteriosamente.

O nutriente selênio é essencial para a função da tireoide, presente na castanha do Pará, carne e frutos do mar, enquanto o zinco participa da síntese do hormônio tireoidiano e pode ser encontrado em ostras, carnes vermelhas, aves, nozes e grãos integrais.

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Relação entre o hipotireoidismo e a menopausa

Segundo a médica, a idade acima de 60 anos e o sexo feminino são fatores de risco para o hipotireoidismo primário, quando a disfunção ocorre na própria tireoide. Alterações hormonais na menopausa podem influenciar a função tireoidiana. Os sintomas podem ser semelhantes, tornando o diagnóstico desafiador.

Relação entre o hipotireoidismo e o intestino

Conforme Amanda, uma microbiota intestinal saudável não só tem efeitos benéficos na atividade do sistema imunológico, mas também sobre a função da tireoide. “Doenças tireoidianas e intestinais podem coexistir, como o hipotireoidismo de Hashimoto, a doença celíaca e a sensibilidade ao trigo não celíaco. O hipotireoidismo pode causar constipação devido à desaceleração dos movimentos intestinais”, comenta.

Queda de cabelo

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De acordo com a especialista, pacientes com hipotireoidismo frequentemente apresentam alterações cutâneas como pele seca. A queda de cabelo e unhas frágeis são outros achados comuns e ocorrem devido a uma alteração no ciclo de crescimento do cabelo e à lenta recuperação dos folículos capilares.

Dra. Amanda Ximenes - Foto divulgação

Dra. Amanda Ximenes – Foto divulgação

Amanda conta que as mulheres são mais propensas ao hipotireoidismo devido a fatores genéticos, hormonais e imunológicos, especialmente durante períodos de mudança hormonal, como gravidez e menopausa.

Tratamento

A médica chama a atenção que, em primeiro lugar, é necessário avaliar a causa do hipotireoidismo, já que existem formas transitórias que não necessitam de tratamento inicial. Ela esclarece que o tratamento padrão é a reposição do hormônio tireoidiano, quando indicado.

Também deve haver um cuidado no tratamento de populações idosas, visto que o tratamento excessivo pode induzir a complicações cardiovasculares e ósseas.

Geralmente, o tratamento do hipotireoidismo é por toda a vida, principalmente se causado por condições autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto. “Em condições transitórias, como gestação, tireoidites e outras, é possível a reversão em alguns casos. A adesão ao tratamento e acompanhamento regular são essenciais para manter a qualidade de vida”, conclui.

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